segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

NOITE PAMPEANA

Quando a noite desce ao pampa
com clarão da lua cheia,
surgindo atrás das coxilhas
meu peito se incendeia.
Sentado à porta do rancho,
o coração corcoveia.
É potro que não se doma,
incha o lombo e se boleia.

Ao ver a lua subindo,
o pampa todo clareando,
escuto lá nas canhadas
o som de clarins tocando.
E gritos de desespero
de inimigos tombando
sob a força do gaúcho
que já nasceu peleando.

Tomando meu chimarrão
sinto gosto de vitória.
Ouço o tropel de cavalos
de tauras buscando a glória.
E a lua no firmamento
vai escrevendo a história,
dos nossos antecessores
na luta demarcatória.

E a noite vai passando,
vem chegando a madrugada.
O intenso clarão da aurora
ofusca a lua prateada.
Vai surgindo um novo dia
A terra fica dourada.
O pampa todo desperta
Para mais uma jornada.


O despertar representa
a força da nossa gente.
O gaúcho sempre exprime
tudo aquilo que sente.
Tem a sua própria história,
fala a verdade e não mente.
E será sempre o exemplo
desta Nação-Continente.
                                                                  1986, CZR

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

CDESMANCHANNNNNNNDO!!!!!!!!

O maior "time” do mundo
que eu vi na minha vida
foi um que jogando à noite
pra torcida preferida
com o seu time garboso,
todos com “pinta” de astro
no futebol brasileiro
foi quem fez o maior fiasco.

Disse um comentarista
depois de fazer um exame
do rendimento do time:
_ não é fiasco – é vexame!
Desmoralizou o esporte
do futebol que é um luxo
deixando-nos com vergonha
até de sermos gaúchos.

Mas isto até não é nada
pois é um time de “papudo”,
eu não gosto de flautear,
prefiro até ficar mudo.
Mas perder dessa goleada
tomando frango e tudo,
Levando um baile de bola
lá dos índios botocudos*.

E com toda essa vergonha
da história que já se evita,
um personagem merece
uma página escrita.
Com o rabo entre as pernas
rumo à Europa, aqui fica,
um saco de gol que não coube
na bagagem da Paquita (Paulo Nunes)

E querem cantar de galo
pensando que são os tais
na  tal Calçada da Fama
deixem espaço pra o Goiás.
Agora, baixa essa crista,
Tricolor, fica na tua
pois para cantar de galo,
primeiro tem que ter pua.

E a respeito de galo
dou mais uma palavrinha,
cruza com o galo vermelho,
do Grêmio a sua galinha.
Certamente o cruzamento,
dá boa raça, eu pressinto,
para que chegue a ser galo
sem ter que passar por pinto.

_Aprendam pois, a lição
deixem de dizer besteira.
Botem a viola no saco,
enrolem  sua bandeira.
Respeitem o Colorado
que é tricampeão sobranceiro
e muito bem representa
o futebol brasileiro.

E no dia em que forem galo
com boa espora no pé,
aprendam a jogar bola
para não tomar olé.
Botem moral nesse time
para não se darem mal
e aprendam como se joga.
Com o Internacional.
CZR

“Homenagem” aos gremistas por ocasião dos históricos 6 x 0 que tomaram do Goiás, pelo Campeonato Brasileiro, dia 09-07-97.
Santana do Livramento, 10 de julho de 1997.                                   

Aimoré Grupo não-tupi, também chamado de botocudo, vivia do sul da Bahia ao norte do Espírito Santo. Grandes corredores e guerreiros temíveis foram os responsáveis pelo fracasso das capitanias de Ilhéus, Porto Seguro e Espírito Santo. Só foram vencidos no início do século 20. Eram apenas 30 mil

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

GAÚCHO, TCHÊ!


Amigos, peço licença
p’ra falar nesta ocasião
sou guasca criado solto
e gosto da tradição.
O gaúcho é um monarca
crioulo deste torrão
honra e defende este pampa
sempre agüentando o tirão.

Há muito tempo passado
nosso povo demonstrou
saber bem o que queria
e para isso lutou.
Se levantaram as lanças
e o escarcéu se formou
tramado no ferro branco
nosso pampa demarcou.

Dos caudilhos que passaram
sempre devemos lembrar
manter viva essa chama
sempre prontos p’ra pelear.
Olhar firme no horizonte
sem nenhum passo recuar
para os que nos sucederem
terem no que se apoiar.

Sabemos que o nativismo
é coisa que não se ensina
se aprende sem escola
é vertente cristalina.
É um sentimento que brota
como se fosse uma rima
não confundam tradição
com gaúcho cola-fina.
Eu conheço muita gente
que diz ser da tradição
porque anda de bombacha
e gosta de chimarrão.
Mas não conhecem o cerne
do  qual é feito um moirão
nunca pararam rodeio
nem pelearam de facão.

Para ser gaúcho taura
e topar qualquer parada
de bombacha, bota e espora
e na cintura uma adaga.
Tem que ter conhecimento
levar a vida flauteada
ser guapo no entrevero
índio da venta rasgada.

O gaúcho que se preza
não usa de ladinha
não se achica e não se dobra
fica bem reto na espinha.
Estufa o peito garboso
não pode perder a linha
anda sempre empertigado
tal qual um galo de rinha..
                                      CZR